Especialista afirma que confederações brasileiras ainda não descobriram a importância do trabalho psicológico no desempenho dos atletas.

Parece elementar, mas não é. Muitas confederações e entidades desportivas ainda não descobriram as inúmeras possibilidades e vantagens que podem surgir de um bom trabalho psicológico com os atletas. Seja em esportes individuais ou de equipes, o fator psicológico vem sendo decisivo no placar. Afinal, quantas partidas e decisões já foram perdidas em minutos de desconcentração e desequilíbrio mental?

A especialista em Psicologia do Esporte, Luciane de Andrade Barreto, que pesquisa há anos o fator psicológico na performance do desportista, mostra que habilidade física anda junto com a mental. Como os músculos, a mente precisa ser exercitada e aperfeiçoada, preparando-a para o embate, a pressão da torcida e dos familiares, a pressão da equipe oposta, o desgaste físico, os desafios impostos minuto a minuto.

Segundo a especialista, "o Brasil ainda está aquém das grandes potências no trabalho psicológico com os atletas. Para aumentar as chances do País no cenário desportivo internacional é essencial que se invista no acompanhamento psicológico dos desportistas. Prova dos benefícios deste trabalho é o excelente desempenho das equipes norte-americana e russa, que adotaram a Psicologia do Esporte desde o início do século XX."

Luciane de Andrade Barreto é psicóloga clínica, graduada em Educação Física pela Universidade de Santo Amaro - Unisa, em Psicologia pela Universidade Paulista - Unip, especialista em Psicologia do Esporte e pesquisadora em Ciências da Saúde pela Unifesp - Universidade Federal de São Paulo (Escola Paulista de Medicina). Trabalhou com a equipe feminina de futebol do São Paulo Futebol Clube e Associação Portuguesa de Desportos e atuou como psicóloga da Seleção Brasileira de Karatê. Sob orientação do Prof. Hélio Salles Gentil, desenvolveu o projeto "Identidade Feminina no Esporte: a representação social da mulher no futebol", onde investigou o papel da mulher no esporte, particularmente a relação das jogadoras de futebol com sua identidade feminina. Atualmente, é psicóloga esportiva nas áreas de Transtornos Alimentares e Distúrbios do Sono, atuando também como psicóloga e pesquisadora do Ambulatório Neuro-Sono do Hospital São Paulo (EPM/Unifesp).

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William Lara
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